Primeiros Socorros Psicológicos

Em algum momento da vida podes vir a deparar-te com ou ter já passado por situações graves e/ou potencialmente traumáticas, como é o caso de catástrofes naturais, acidentes, incêndios, testemunho de ou envolvimento em episódios de violência grave, a perda inesperada de um ente querido, entre outras.

É importante compreender que, perante estas situações, é possível desenvolver diferentes reações, as quais merecem especial atenção.

Durante o acontecimento potencialmente traumático ou logo após o mesmo, são expectáveis reações negativas, tais como:

  • Confusão, desorientação, preocupação, pensamentos ou imagens intrusivas, culpabilização;
  • Choque, tristeza, medo, zanga, vergonha, entorpecimento (ficar “dormente”), irritabilidade;
  • Fuga extrema de interação social, conflitos interpessoais;
  • Fadiga, dor de cabeça, tensão muscular, dor de estômago, aumento do ritmo cardíaco, dificuldade em dormir.

Por outro lado, pode acontecer que estar perante situações deste tipo desencadeie em ti reações positivas que te levem a sentires-te envolvido/a, desafiado/a e pronto/a a atuar com otimismo, desenvolvendo uma sensação de competência. Pode ainda mudar algumas perspetivas que tenhas sobre a vida e o mundo, levando-te a relativizar certas dificuldades e a priorizar mais o tempo de qualidade que dedicas a ti e àqueles que te são queridos.

De qualquer modo, a experiência de uma situação desta natureza pode ser muito difícil de gerir e algumas das suas reações negativas podem prolongar-se no tempo ou manifestarem-se apenas mais tarde.

Caso sejas confrontada/o com uma situação potencialmente traumática, procura imediatamente ajuda ou permite-te ser ajudada/o, qualquer que seja a reação que estejas a ter no momento. Processar os eventos que acabaste de presenciar pode ajudar a prevenir sequelas mais graves no futuro! 

Podes consultar aqui mais exemplos de reações à exposição a situações potencialmente traumáticas e possíveis estratégias a adotar para uma melhor gestão destes momentos.

Fonte: Primeiros Socorros Psicológicos, FIPJ Ordem dos Psicólogos Portugueses

Luto

As situações de luto e de perda de alguém significativo podem ser particularmente desafiantes e gerar reações físicas e emocionais muito intensas.

Perante a notícia da morte de alguém importante para ti, poderás sentir várias sensações: tristeza intensa; confusão; revolta para com o acontecimento, a pessoa que morreu ou aqueles considerados responsáveis pela morte da pessoa; náuseas, tremores, fraqueza muscular; culpa por continuar vivo; pensar sobre a pessoa que morreu, mesmo quando não se quer; saudades e querer procurar a pessoa que morreu.

É importante compreender que estas são reações naturais nos primeiros momentos após a morte de alguém querido. Não deixes de procurar o apoio ou a companhia de pessoas próximas nestas situações, permite-te sentir todas as emoções e mantém hábitos saudáveis (descanso, refeições, horários, atividades distrativas positivas, etc.). Se os pensamentos, sentimentos e reações negativas persistirem por alguns meses, interferindo com o teu funcionamento de forma significativa, deves procurar ajuda profissional psicológica ou psiquiátrica.

Agenda uma consulta connosco se estiveres a passar por alguma dificuldade deste tipo.

Fonte: Primeiros Socorros Psicológicos, FIPJ Ordem dos Psicólogos Portugueses

Respirar e Relaxar

Os exercícios de respiração e de relaxamento são muitas vezes mencionados como estratégias comportamentais eficazes para o controlo de momentos de maior desregulação emocional. Através da sua prática, é possível reconhecer melhor os estados de tensão no dia a dia e reduzi-los, evitando que se tornem prejudiciais.

Exercitar a respiração e estar atento/a ao próprio corpo ajuda não só a estabilizar a parte física como devolve à mente uma sensação de calma e de controlo sobre si mesmo/a, que pode depois estender-se a uma perceção de maior domínio sobre a situação que se possa estar a viver.

São inúmeras as formas de alcançar o relaxamento, desde exercícios de estimulação muscular e controlo respiratório a meditação, alongamentos, ouvir música relaxante, passear ao ar livre, ou outras que funcionem a nível individual. Para praticar os exercícios de estimulação muscular e respiração, deves procurar um local calmo e sossegado e/ou focar-te em ti mesmo/a.

Porque todos somos diferentes, reagimos de forma diferente às circunstâncias e poderá haver técnicas que funcionam melhor ou pior com cada pessoa deixamos-te 4 exemplos de exercícios de relaxamento e respiração que podes praticar e implementar sempre que sentires necessidade!

Consulta e guarda a infografia: Respirar e Relaxar