Reconhecer Sinais – Ser Sentinela

Todos os membros da comunidade académica fazem parte de uma rede de suporte ativa, em que um olhar atento e uma palavra de apoio podem fazer a diferença!

Podemos ser Sentinelas uns dos outros – ao estar alerta para possíveis sinais de que algum/a colega necessita de ajuda e ao ter conhecimento sobre a forma mais indicada de agir consoante esses sinais, podes estar não só a melhorar o seu bem-estar e o da comunidade em geral, como a prevenir possíveis escaladas para comportamentos mais perigosos para o próprio ou para outros.

Para te tornares num/a verdadeiro/a Sentinela da comunidade académica, deves ter em consideração diferentes níveis de alertas a observar:

  • Nível Preocupante: sinais de possível sofrimento manifestados em alterações académicas, físicas, emocionais ou sociais;
  • Nível Urgente: demonstrações de sofrimento e potencial risco para o próprio ou outros;
  • Nível de Emergência: ameaça imediata de danos para o próprio ou outros.

Este sofrimento pode traduzir-se em diferentes comportamentos e manifestar-se de variadas formas.

Abaixo encontras alguns exemplos de alterações no comportamento ou funcionamento que podem indicar mal-estar psicológico e requerer especial atenção, particularmente quando interferem com a saúde, desempenho académico ou funcionamento social:

  • Tristeza profunda, falta de esperança ou apatia;
  • Perda de interesse em socializar;
  • Declínio no desempenho académico (e.g. ficar para trás, faltar às aulas,…)
  • Ameaças escritas ou faladas de suicídio;
  • Dificuldades persistentes com sono, apetite, concentração ou motivação;
  • Aumento significativo de uso substâncias (álcool, drogas);
  • Comportamentos impulsivos ou de risco (e.g. não cumprimento de regras básicas de segurança);
  • Explosões emocionais aparentemente desproporcionais ou fora do contexto (raiva, hostilidade, choro compulsivo);
  • Mudanças preocupantes na higiene ou aparência física (incluindo no peso);
  • Cortes, queimaduras ou feridas visíveis (indicadoras de automutilação ou violência);
  • Obsessões incomuns ou extremas (com pessoas, situações ou tópicos);
  • Ameaças de violência.

Podes consultar e guardar estas e outras informações em mais detalhe em: Ajudar um/a colega… Sinais de Alerta.

Se te identificaste com algum destes comportamentos ou reviste em ti alterações que te preocupam, consulta a nossa secção sobre Bem-Estar e Saúde Mental e/ou marca uma consulta connosco.

O que fazer?

Pode ser difícil imaginares-te numa situação em que é necessário prestares ajuda e não sabes exatamente como ou o que fazer.

De facto, é importante procurar adequar a nossa resposta à situação que identificamos e ao nível de perturbação por que o outro poderá estar a passar. De qualquer modo, a ajuda mais valiosa que poderás dar é o esforço por tentar estar presente para as necessidades que encontrares!

A verdade é que haverá várias “formas corretas” de ajudar e o único risco real que podes correr é o de não fazer nada.

Tendo em conta o nível de gravidade da situação identificada e a proximidade que terás ou não com este/esta colega, poderás:

Falar diretamente com a pessoa, expressando a tua preocupação. Procura adotar uma abordagem compreensiva e não julgadora, em que expressas a tua perceção e sentimentos ao invés de apontar possíveis problemas. Evita saltar para conclusões precipitadas ou oferecer soluções rápidas.

Sugerir a procura de ajuda. Relembra a pessoa que a dor ou dificuldades que estará a sentir no momento não serão permanentes e que há ajuda disponível. Podes sugerir que contacte um profissional da área da Saúde Mental ou outra, se necessário, assim como familiares próximos que possam ajudar. Evita fazer ultimatos ou pressionar a pessoa a pedir ajuda.

Recomendar e/ou encaminhar para diferentes tipos de apoio. A ajuda pode vir de pessoas singulares da vossa confiança, como professores próximos, (grupos de) mentores ou funcionários da FEUP; ou podes sugerir a procura por serviços disponíveis a ajudar nestas situações, como o Comissariado Social da FEUP, profissionais de Saúde Mental (nomeadamente o GOI ou os SASUP), profissionais de saúde dos Serviços de Apoio Social da UP, etc.

Apoia a decisão da/do tua/teu colega e acompanha-a/o na procura de ajuda, se assim entender.

– Se a situação for urgente, podes auxiliar a pessoa no estabelecimento de contacto com linhas de apoio ou na marcação de consultas de apoio psicológico.

– Caso se trate de uma situação de Emergência, contacta o 112 imediatamente.

Lembra-te que não tens de passar por estas situações sozinho/a e que podes contactar-nos em caso de dúvidas ou preocupações que não te sintas capaz de resolver.

Fonte: https://health.cornell.edu/resources/health-topics/concern-others

Saber escutar

Vimos já diferentes formas de ajudar e prestar auxílio quando se identifica uma pessoa em sofrimento. Porém, falar sobre ajudar o outro pode ser mais fácil do que pô-lo em prática e estar efetivamente com a pessoa que passa por dificuldades.

No contexto académico – tal como em outros contextos das nossas vidas – colegas e amigos, que partilham as mesmas experiências e dificuldades, acabam por tornar-se conselheiros e possíveis fontes de ajuda. Mas estaremos sempre realmente disponíveis a escutar?

Queremos ajudar-te a ajudar e, por isso, preparámos uma compilação de dicas sobre como conversar com um/a colega ou amigo/a. Consulta aqui: Ajudar um/a colega… Saber Escutar.

Sobre o suicídio:

Falar e ouvir falar sobre o suicídio pode ser particularmente desafiante.

É comum a ideia de que falar sobre o suicídio pode estimular estes pensamentos na mente de alguém ou levá-lo/a a agir nesse sentido. A evidência científica prova o contrário: falar sobre pensamentos suicidas pode diminuir a ansiedade, abrir a comunicação e, por consequência, diminuir o risco de um comportamento impulsivo.

Se um/a colega partilhar contigo este tipo de pensamentos, mantém-te e mostra-te calmo/a. Procura devolver-lhe que está a ser ouvido/a, que estás disponível para ajudar e que as coisas podem melhorar. Manifesta a tua preocupação com a situação de forma acolhedora e facilita a procura de ajuda psicológica profissional.

Fonte: https://health.cornell.edu/resources/health-topics/concern-others