teste

Apostar na formação contínua em estreita ligação com o mercado de trabalho é uma das ambições da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). Com a intenção de responder da melhor forma às necessidades atuais de inúmeros setores de mercado em Engenharia, os cursos do FEUP L3 – Centro de Formação ao Longo da Vida – foram desenvolvidos em parceria com empresas e entidades parceiras da faculdade, todas elas em áreas de ponta nos diversos setores onde atuam. A Infraestruturas de Portugal e a ARALAB são duas das empresas que se associaram a esta iniciativa e expetativas relativamente ao futuro no âmbito deste ciclo de formação ligado aos PRR.

A higiene e segurança como prioridade

A ARALAB é uma empresa portuguesa que fabrica câmaras climáticas, estruturas onde todas as condições e os elementos climáticos são controlados – desde a temperatura, humidade, pressão, concentração de gases, entre outros. Segundo Eduardo Araújo, diretor de operações da empresa, “existe uma multiplicidade de aplicações que fazem com que os nossos equipamentos sejam vendidos para diferentes indústrias com aplicações muito diversas”.

Atendendo às diferentes frentes de atuação, que vão desde a biotecnologia à farmacêutica, passando pelos testes de equipamento industrial, a empresa tem-se debatido com um novo desafio. “Existem regras muito apertadas no que toca a protocolos de segurança para garantir que não existam contaminações nas atividades diárias da empresa. Isto faz com que haja necessidade de ter pessoas especializadas nestes tópicos, para que possamos manter a qualidade das nossas operações”, comenta Eduardo.

“Sentimos a necessidade da existência de um curso ou uma formação que nos permita designar, na ARALAB, um responsável por estes assuntos, para as alturas em que formos fazer uma obra de instalação a algum lado, é importante que a pessoa responsável por esse processo consiga facilmente analisar e ajustar toda a parte burocrática dos processos à legislação em vigor num determinado país. Esta competência será essencial para traduzir essa legislação em requisitos para a nossa equipa, e em ações e medidas de segurança que a nossa equipa tenha de adotar”, argumenta o diretor de operações da ARALAB.

Com base nestas necessidades, foram criados os cursos Tecnologias de Desinfeção e Higiene e Segurança Química e Biológica, sediados no Departamento de Engenharia Química da FEUP, e lecionados pelos docentes Manuel Simões e Luciana Gomes, respetivamente.

O conhecimento à medida de uma grande construção

No caso da Infraestruturas de Portugal (IP), uma empresa FEUP Prime, a ligação faz-se sobretudo no curso Sistemas Ferroviários, lecionado por António Couto, docente do Departamento de Engenharia Civil da FEUP, e aconteceu também de um conjunto de necessidades muito concretas.

Segundo José Alves Monteiro, assessor da administração da Infraestruturas de Portugal, “a IP tem atualmente a responsabilidade do desenvolvimento do ambicioso programa de investimentos ferroviários (Plano Nacional de Infraestruturas 2030) de mais de 10.000 milhões de euros. Neste seguimento, para a sua concretização, são necessários meios técnicos de engenharia interna e externa – a nível de projetistas, empreiteiros, estes para a fase de construção e fase seguinte da manutenção da infraestrutura ao longo da sua vida útil”.

Legenda: Sede da Infraestruturas de Portugal, em Almada (Lisboa). (Fonte: sapo.pt)

Ainda de acordo com o assessor da administração da Infraestruturas de Portugal, “a resposta a estes desafios impõe um elevado reforço dos meios de engenharia com competência em engenharia ferroviária, para os diversos sistemas, no caso Civil, mas também de Eletrotécnica, Mecânica”. Mas estas necessidades vão mais além.

“Esses recursos serão necessários para toda a “indústria” a nível nacional e não só da IP, sob pena de existir competição entre empresas num “mercado” muito escasso já no presente. Sabemos que a formação de engenharia ferroviária relativa às infraestruturas foi deixada historicamente para as próprias empresas do setor, mas que deve ser assumida pelas Universidades com o apoio da IP, criando condições para o interesse dos jovens em participar neste desafio técnico, garantidamente motivador nas suas diversas perspetivas pessoais e profissionais”, afirma José Alves Monteiro.

As sinergias para um futuro mais próspero

Para a ARALAB, os cursos nos quais colabora terão, em primeira instância, um papel preponderante na organização interna da empresa. Segundo Eduardo Araújo, “tanto a equipa de instalações como a de desenvolvimento de produto tem os tópicos destes 2 cursos bem presentes no seu dia-a-dia, pelo que complementar a sua formação nestas áreas ajudará a que a ARALAB continue a ser uma marca de qualidade, acima de tudo”.

“Por outo lado, também existe um impacto indireto de boas práticas que os nossos colegas que venham a tirar este curso poderão a implementar noutros setores da empresa. Embora não sejamos uma área de laboratório, temos um espírito muito empreendedor e sempre que nos envolvemos com faculdades nestes temas mais disruptivos e temos esta ligação, acaba por surgir uma nova oportunidade de negócio. Trazerem estes tópicos para o nosso dia a dia será, sem dúvida, uma mais valia”, adianta o diretor de operações da ARALAB.

Por parte da Infraestruturas de Portugal, a nova aposta do FEUP L3 também vai impactar de forma decisiva o setor de atuação da empresa de uma forma bem particular. “Temos a expetativa de que a vossa formação em Sistemas Ferroviários, contendo o necessário suporte teórico para os conteúdos indicados, dê ferramentas aos engenheiros de aplicação prática, potenciando as suas competências e o seu desempenho, trazendo a inovação para as empresas, criando valor pela participação em soluções ferroviárias de projeto, obra e manutenção mais eficientes e eficazes, como deve ser o objetivo último da Engenharia”, conclui José Alves Monteiro.

___

Todas as informações sobre os cursos do L3 – Centro de Formação ao Longo da Vida podem ser encontradas no respetivo site oficial, aqui.

Partilhe esta notícias nas suas redes