
Percursos de Alumni FEUP que integram as empresas FEUP PRIME
“As empresas que ambicionam estar na fronteira do conhecimento e fazer os melhores produtos, têm de contactar com as Universidades e estabelecer parcerias. O FEUP Prime é uma excelente maneira de cumprir esse objetivo”
João Granjo Lopes – Tridonic

João Granjo Lopes tem 35 anos e nasceu em Vila Nova de Gaia. O alumnus do Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da FEUP, curso que terminou em 2012, dirige atualmente a Tridonic Portugal. A empresa com cerca de 80 colaboradores, integra um dos maiores grupos de Iluminação Inteligente do Mundo, o Grupo Zumtobel, com mais de 1B€/anual de receitas em Iluminação. A adesão ao Programa FEUP PRIME acontece em 2022 como partner.
O percurso profissional de João Granjo começou na Áustria, em 2012, como estagiário na sede do Grupo Zumtobel. Desenvolveu projetos em vários países (EUA, Reino Unido, França, China, Áustria, Alemanha), inicialmente em operações industriais e mais tarde no departamento de estratégia. Em 2019 fundou a Tridonic Portugal, como diretor e primeiro funcionário. A empresa, que tem vindo a crescer, centraliza em Portugal todo o desenvolvimento de software do Grupo Zumtobel e perspetiva atingir os 100 colaboradores antes do final de 2025.
João Granjo enverga a camisola da FEUP com orgulho e destaca a importância da sua experiência na Faculdade de Engenharia: “O meu tempo enquanto aluno da FEUP foi dos períodos mais transformadores que tive, ainda que só tenha entendido isso em retrospetiva e muitos anos após a conclusão dos estudos.” Afirma que o contacto com professores e colegas, muitos deles ainda hoje melhores amigos, mudou a sua vida e que a FEUP foi essencial para a sua adaptação ao mercado de trabalho, preparando-o para desafios profissionais futuro: “tive a oportunidade de ganhar conhecimentos que me permitiram integrar a vida profissional com sucesso. É certo que sem a FEUP o meu trajeto hoje seria totalmente diferente”, defende o alumnus.
Na vida, diz ter tido dois grandes desafios académicos. Depois de enfrentar a transição do ensino secundário para o universitário e a sua entrada na FEUP, o regresso de um período Erasmus na Suécia, onde esteve um ano, foi marcante: “optei por frequentar algumas disciplinas extra que não tiveram equivalência direta ao currículo nacional. Isto fez com que, ao regressar à FEUP tivesse de fazer disciplinas que estavam “atrasadas”, em paralelo com o currículo habitual. A carga de trabalho tornou-se muito elevada. Contudo, com o apoio de professores e colegas, consegui concluir o ano com sucesso”, relembra. E foi com sucesso também que deu os primeiros passos no mercado de trabalho. O engenheiro eletrotécnico confessa que “a transição profissional foi particularmente apoiada pela FEUP, na medida em que a dissertação de mestrado foi realizada em ambiente empresarial, na SONAE Indústria. Isso permitiu-me um contacto profissional enquanto ainda estudava, o que enriqueceu o meu currículo e permitiu-me desenvolver padrões de comportamento e competências que me prepararam para a entrada na vida profissional”.
Entre as competências adquiridas na Faculdade de Engenharia, João destaca a capacidade de resolver problemas lógicos e a comunicação intercultural, que considera essenciais no seu trabalho atual. O curso de Engenharia também o preparou com conhecimentos técnicos valiosos, como economia e gestão, que são aplicados hoje na sua posição de liderança. “Várias disciplinas foram importantes, mas destaco a de Economia e Gestão, na altura lecionada pelo Professor João Claro. Tendo em conta a minha função atual de direção-geral, as bases de economia, contabilidade, gestão operacional, são frequentemente úteis. Além disso, o Professor João Claro assinou a carta de recomendação que recebi durante o curso, documento que foi instrumental na integração profissional”, relembra o ex-estudante.
João é atualmente Managing Diretor na Tridonic e diz que a sua pretensão “é conseguir criar empregos de qualidade, permanentes, com salários justos e em áreas úteis e interessantes, em Portugal. Os desafios são multidimensionais, mas o grande objetivo é conseguir fazer a ponte entre os colegas internacionais e a equipa nacional, de forma a maximizar o valor acrescentado que a nossa equipa em Portugal consegue trazer ao Grupo Zumtobel”.

João Granjo Lopes na FEUP Career Fair
A importância dos programas entre universidades e empresas: O FEUP Prime
A parceria entre a FEUP e empresas é vista por João Granjo como um fator de sucesso, destacando que a colaboração no programa FEUP Prime permitiu à Tridonic recrutar talentos e colaborar diretamente com a academia, garantindo que as necessidades da indústria sejam atendidas e os currículos atualizados. Esse foi aliás um dos fatores decisivos na criação da Tridonic Portugal, segundo o alumnus da FEUP: a qualidade das Universidades em Portugal e, mais concretamente, no Porto. “Desde cedo entendemos que, para avançar o estado de arte da Iluminação Inteligente, era fundamental recrutar excelentes engenheiros e fazer investigação. A possibilidade de ter um contacto mais próximo com os alunos e Professores da FEUP, por intermédio do programa FEUP PRIME, revelou-se uma excelente resposta a este interesse de colaborar proximamente com a melhor engenharia do País.” João Granjo acredita que “a ligação forte entre a Academia e as Empresas é essencial para, por exemplo, garantir alinhamento de currículo às reais necessidades, para proporcionar os loops de feedback para melhoria contínua ou ainda para obter mais recursos financeiros para potenciar investigação” e admite que a Tridonic Portugal beneficiou de forma significativa ao manter uma ligação estreita com a academia, especialmente através deste programa. A empresa conseguiu recrutar engenheiros altamente qualificados, muitos dos quais através de feiras de emprego e projetos de dissertação em ambiente empresarial. “A engenharia tem sido essencial no desenvolvimento da sociedade, ao aplicar o conhecimento técnico na criação de produtos, estruturas, máquinas, etc. No futuro, com a rapidez dos desenvolvimentos tecnológicos, eu vejo a importância da engenharia a crescer cada vez mais, visto que os instrumentos tecnológicos disponíveis são cada vez mais poderosos. Para capturar esses instrumentos, as empresas que ambicionam estar na fronteira do conhecimento e fazer os melhores produtos, têm de contactar com as Universidades e estabelecer parcerias, tanto a nível de investigação como a nível de recrutamento. O FEUP Prime é uma excelente maneira de cumprir esse objetivo”, remata o engenheiro.

João Granjo Lopes com parte da equipa da TRIDONIC Portugal
Os conselhos de João Granjo Lopes
E para quem está agora a entrar no mercado de trabalho, João diria que o mais importante é seguir a sua intuição na tomada das grandes decisões. “Penso que essa intuição própria e autêntica pode, em grande parte, determinar o rumo da vida e permitir chegar às melhores decisões e à melhor carreira.” No entanto deixa alguns conselhos a seguir e que podem fazer a diferença no ambiente competitivo em que vivemos:
– ter uma experiência internacional, onde denota que “a capacidade de construir pontes e alavancar métodos de culturas diferentes permite acrescentar valor diferenciado.”
-Integridade e honestidade: “devemos acreditar no processo, sermos autênticos, e apesar de por vezes ser difícil, a verdade vem sempre ao de cima e devemos garantir que, fácil ou difícil, contribuímos para a verdade real e não distorcida”.
– Coragem: “a vida pode ser difícil, por vezes injusta, e quanto maior a ambição e o desafio, mais coragem é necessária para enfrentar com boa disposição os desafios que nos são colocados e que temos de ultrapassar”, termina o líder da Tridonic Portugal.
A experiência de João Granjo Lopes é o exemplo partilhado dos benefícios que o Programa FEUP Prime pode trazer tanto para os engenheiros que iniciam as suas carreiras, quanto para as empresas que conseguem usufruir de novos talentos e de soluções inovadoras.