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É uma das mais recentes apostas da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e chama-se FEUP L3 – Centro de Formação ao Longo da Vida. Inaugurado a 18 de junho, este novo programa foi preparado pela Faculdade de Engenharia, em parceria com várias empresas e neste momento tem já em funcionamento um conjunto de 10 cursos, financiados no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). A gestão e operacionalização está a cargo de António Abel Henriques, docente no Departamento de Engenharia Civil e coordenador deste programa de financiamento na FEUP. A conversa que se segue é uma tentativa de ficar a saber mais sobre o tipo de formação que foi pensada, a quem se destina e quais as principais vantagens em apostar em cursos de formação contínua.

A nova academia marca FEUP

Tudo começou em 2022, quando a Universidade do Porto recebia o financiamento de mais de 16 milhões de euros, no âmbito do programa “Next Generation EU”, do PRR. Com este financiamento, o objetivo da U.Porto era claro: “oferecer oportunidades de formação ao longo da vida flexíveis e multidisciplinares, focadas no reskilling e upskilling das pessoas e adaptadas às exigências do mercado de trabalho num paradigma de globalização e evolução tecnológica constante”, apontou José Castro Lopes, à época José Castro Lopes, vice-Reitor para a área da Formação, Organização Académica e Ação Social, Saúde e Bem-Estar, em entrevista à Notícias U.Porto.

E é aqui que a FEUP entra. Após o desafio ter sido lançado às unidades orgânicas da U.Porto para o desenvolvimento de programas próprios e que pudessem ter enquadramento no âmbito dos PRR, a Faculdade de Engenharia lançou o FEUP L3 – Centro de Formação ao Longo da Vida.

“Esta oportunidade surgiu de um convite da anterior direção da faculdade, na altura liderada pelo professor José Falcão e Cunha, cujo voto de confiança se manteve com a atual direção”, recorda António Abel Henriques, docente no Departamento de Engenharia Civil (DEC), a pessoa destacada para coordenar a iniciativa. “O meu papel foi – e é – o de facilitar o conjunto de tarefas necessárias para levar este projeto a bom porto, ajudando a centralizar a informação que vem de diferentes sítios, de forma a que tudo se possa desenvolver da forma mais adequada”, partilha.

A primeira tarefa em mãos foi a de averiguar, junto de entidades externas, quais as necessidades de formação mais prementes no mercado atual. “Inicialmente, incentivou-se os diferentes departamentos da FEUP a contactarem empresas e organismos públicos no sentido de identificarem, dentro das respetivas áreas, em que é que a comunidade exterior atualmente gostaria de melhorar em matéria de formação e aquisição de novos conhecimentos”, aponta o docente. “E foi em função disso, da identificação dessas necessidades, que os departamentos lançaram propostas de diferentes unidades de formação”.

Legenda: Inauguração do L3 – Centro de Formação ao Longo da Vida. (Fonte: FEUP)

Deste primeiro levantamento, foi desenhado um conjunto de cursos, alguns deles já lançados, outros tantos em vias de lançamento. “Todos os departamentos da FEUP foram envolvidos neste processo. Os que avançaram mais rapidamente na apresentação de propostas foram os primeiros a lançar os seus cursos, mas nós já temos em perspetiva outras unidades de formação para o segundo semestre – e até mesmo para o próximo ano”, afirma António Henriques.

“Os principais desafios prenderam-se com a uniformização das informações que nos chegavam dos diferentes departamentos e que foi necessário trabalhar de forma a chegar a uma plataforma de entendimento em relação à oferta formativa que a FEUP teria para oferecer ao exterior”, aponta o docente do DEC. “Sabíamos que as potencialidades ao nível da faculdade se concentravam nos departamentos e queríamos tirar partido disso. Manter este canal de comunicação terá sido o principal desafio deste projeto”.

O desenhar de uma proposta diferenciada

Novas apostas podem implicar novas necessidades. A criação do FEUP L3 não foi exceção, uma vez que veio mobilizar a faculdade na criação de um conjunto de alternativas que permitissem a dinamização dos respetivos cursos de uma forma mais flexível, com o objetivo de alcançar um público mais alargado. “Dedicamo-nos a procurar novas formas de disponibilizar essas formações, tendo surgido a possibilidade de realizá-las em diferentes moldes: presencialmente, à distância e em regime híbrido. Para isso, quisemos criar condições para que este processo pudesse decorrer da melhor forma possível”, refere António Henriques.

“Houve, por parte da direção da faculdade, a motivação para a criação de novas zonas de ensino mais dedicadas a estas unidades de formação, com disponibilidade de equipamentos e de infraestruturas que pudessem levar a bom porto as diferentes formas de ensinar os conteúdos”, adianta o docente do DEC. E é dessa intenção que surgem as novas salas de ensino exclusivamente dedicadas à lecionação destes cursos.

“Durante as formações, os estudantes poderão estar cá ou, se eventualmente tiverem alguma impossibilidade de se deslocarem à FEUP, poderão acompanhar essa aula ou sessão à distância. E interagir, como se estivessem na aula de corpo presente, a participar ativamente”, sublinha o docente.

Legenda: Intervenção do diretor da FEUP, Professor Rui Calçada, na inauguração do L3 – Centro de Formação ao Longo da Vida -, com a projeção, em tempo real, das novas salas dedicadas à formação contínua. (Fonte: FEUP)

Mais do que reunir um conjunto de formações, o FEUP L3 pretende dar resposta às necessidades do mercado atual. Evidência disso é o facto de todas as suas unidades de formação implicarem, para a sua criação, a elaboração de um protocolo de colaboração ou de um acordo de parceria com uma entidade externa. “Em alguns casos, envolve mesmo a possibilidade de reter formadores das empresas, possibilitando a sua participação em algumas das sessões e a dinamização de outras tantas nas instalações da própria empresa/parceira. Isto não acontece em todos os casos, mas essa possibilidade está prevista”, sublinha António Henriques.

O tempo é um outro fator que joga a favor desta proposta. “A maioria dos cursos desenvolve-se durante um número de semanas relativamente curto. Trata-se de uma formação intensiva muito focada, que pode ser concluída entre cerca de 1 a 4 semanas”, aponta o docente do DEC. “E depois, tem a mais valia de ter um corpo docente reconhecido a nível nacional e internacional, pessoas com conhecimentos e provas dadas do seu valor científico”.

Todos os interessados poderão candidatar-se a estes cursos, desde que sejam residentes em território nacional. Se tiverem mais de 23 anos, os candidatos poderão ainda usufruir de uma bolsa de estudo no valor integral da propina.

Uma aposta com futuro

“Este é um projeto que tem uma data para terminar, mas nós não queremos que esta oferta se esgote aqui, adianta António Henriques. “Vamos ficar com as infraestruturas que criámos e com dados que poderão ser analisados, quando o projeto terminar. Haverá quase que um processo de seleção natural, mas haverá também a possibilidade de identificar outras necessidades e interesses de formação ao longo deste trajeto”.

“Ficaremos com uma boa experiência e obviamente que depois temos de tirar partido disso no futuro. Na minha perspetiva, é um programa que vai continuar. Obviamente que isto vai depender do sucesso dos próximos tempos, mas acredito que se esse sucesso for relevante, esta será uma rampa de lançamento para algo de que muito precisamos hoje em dia: dinamizar a formação e a aprendizagem ao longo da vida”, conclui.

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Todas as informações sobre os cursos do L3 – Centro de Formação ao Longo da Vida podem ser encontradas no respetivo site oficial, aqui.

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