Dia da FEUP entrega 2ªedição do Prémio de reconhecimento “Engenharia Distinta no Feminino”

A Faculdade de Engenharia comemorou na passada sexta-feira, dia 19 de janeiro, mais uma edição do Dia da FEUP, o evento anual que pretende reconhecer e valorizar o sucesso dos membros da comunidade que mais se destacaram e as empresas com relações mais ativas com a instituição.
A sessão, que decorreu no Auditório José Marques dos Santos, contemplou a entrega de prémios à comunidade e homenagens a aposentados e jubilados e a organizações estudantis.

Nesta edição, destacamos também a entrega do prémio de reconhecimento “Engenharia Distinta no Feminino” a Benedita Martins, CEO da Conduril Engenharia S.A.

Este galardão, atribuído bianualmente pela FEUP desde 2022, destina-se a diplomadas da faculdade que se tenham notabilizado pelo seu contributo e relevância em diferentes áreas de atuação.
A alumna de Engenharia Civil da FEUP, com especialização em Geotecnia, é atualmente vogal do Conselho de Administração da AEP – Associação Empresarial de Portugal, tendo-se destacado pela sua capacidade empreendedora e de liderança de administração e gestão de várias empresas portuguesas ligadas à Engenharia Civil.
Outra componente do seu percurso profissional passa pela responsabilidade social, espelhada na fundação da CONDURIL Academy, um centro de formação profissional de Construção Civil e Obras Públicas que trabalha em permanente colaboração com os Ministérios da Educação de Angola e Moçambique. O projeto de Benedita Martins foi merecedor de uma menção honrosa atribuída pela UNESCO, em reconhecimento do trabalho realizado na Alfabetização, em 2015 e 2019.

Benedita Martins escolheu Engenharia Civil “porque gostava de ver as obras crescer e realizarem-se”. Diz que o poder de transformar o mundo para melhor era algo que a fascinava. Seguiu o exemplo do pai, que era engenheiro civil, e afirma que “escolheu a FEUP por viver no Porto, e por ser uma faculdade de engenharia de referência internacional.”Quando terminou o curso de engenharia foi trabalhar para a empresa de construção Conduril, Engenharia. Ingressou no Gabinete de Estudos, fez direção de obras e ganhou interesse pelos sistemas de qualidade. Resolveu fazer uma pós-graduação em direção de empresas, porque começou a gostar da área de gestão. Integrou a Administração da Conduril em 1997 e em 2009 assumiu a presidência executiva. Paralelamente, desenvolveu uma empresa de geotecnia, a Geonorte, uma área que, segundo a engenheira, lhe é muito especial.
“Comecei pelas áreas técnicas, dedicando-me às áreas que mais gosto, seguindo depois para a área da gestão. Lidar com pessoas, ajudá-las a desenvolver as suas melhores qualidades, podendo assim contribuir com o seu melhor para a empresa que colaboram, foi sempre um desafio que procurei seguir”, assegura Benedita Martins.

Afirma ter tido vários momentos marcantes ao longo da sua carreira, mas destaca dois: “o primeiro quando assumi a primeira direção de obra e terminei a mesma. Tratou-se de um alargamento de uma ponte. Tinha 23 anos, era muito jovem. Outro, foi a inauguração do edifício da Conduril Academy, em Benguela, Angola. Festejámos os primeiros formandos  a quem a Conduril tinha dado formação”.
Dos tempos em que estudou na FEUP, ainda na Rua dos Bragas, recorda memórias e momentos que diz terem sido inesquecíveis.
“Vivi na FEUP o início da minha vida adulta; fiz muitos e grandes amigos. Hoje, as minhas melhores amizades são desse tempo. Ficaram gravados na minha memória momentos como a receção ao caloiro no ano em que entrei para a FEUP, a serenata na Queima das Fitas, onde sempre me emocionava, o estudo para os exames no Café Latino, os momentos de camaradagem na preparação para os exames, a emoção da última Queima das Fitas, a viagem de fim de curso da opção de geotécnica”, relembra a engenheira.

Maria Benedita diz ter recebido o prémio de reconhecimento “Engenharia distinta no Feminino” com muita satisfação. “É uma enorme honra receber um prémio da FEUP, faculdade de engenharia de prestígio internacional, no dia em que comemora 187 anos de existência. A engenharia tem sido vista como um mundo masculino. Atribuir o prémio “Engenharia distinta no Feminino”, é o reconhecimento da importância das engenheiras no desenvolvimento da engenharia e da sua contribuição para a sociedade.” Concluiu dizendo que “gostava que este prémio fosse um incentivo a todas as estudantes de engenharia, e que na hora de escolherem o seu percurso profissional, seguissem a sua vocação, sem limitações, não dando ouvidos a ideias pré-concebidas ou limitadoras”.

Partilhe esta notícias nas suas redes