Codificação usando entidades IFC: Exemplo 10
Elementos Arquitectónicos
Definidos os elementos de forma estrutural passa-se agora para a definição dos elementos mas de forma arquitectónica. Esta definição arquitectónica está mais ligada ao conceito de geometria e das informações que se podem retirar a partir daí, por isso, foram ainda definidas, a título de exemplo, algumas propriedades da secção.
Como se pode ver pelos exemplos de aplicação, a metodologia de construção do código IFC dos elementos de construção como sapatas, pilares, vigas e laje é bastante semelhante. Já que todos têm secção rectangular todos foram criados a partir da extrusão de uma secção rectangular usando o IfcExtrudedAreaSolid com a entidade IfcRectangleProfileDef inversamente relacionada, mas repare-se que poderiam ser usadas outras secções de entidades subtipo da IfcProfileDef ou até mesmo a criação de secções irregulares pela definição do seu contorno através do IfcPolyLoop. Depois, de modo a fazer a definição do tipo de elementos estrutural que dado objecto representa (se se trata de um pilar, viga, laje, etc.) usa-se uma instância IFC respectiva para esse efeito (IfcColumn, IfcBeam, IfcSlab, etc.).
A entidade IfcRelConnectsStructuralElement faz uma associação de conectividade entre elementos numa relação de um para um. O conceito de dois elementos serem associados fisicamente ou logicamente é descrito de forma independente pela conectividade entre elementos. Essa ligação pode ser feita em termos de representação da secção, definição dos objectos ou atribuição de geometria.
O IfcRelContainedInSpatialStructure é usado para fazer a atribuição de elementos a um determinado nível espacial da estrutura do projecto, sendo que cada objecto apenas pode ser aplicado uma única vez a um dado nível dessa estrutura.
A seguinte figura ilustra o funcionamento da hierarquia para a agregação dos elementos estruturais ao IfcBuilding. Como se pode observar existem elementos (paredes no exemplo) que podem ser directamente atribuídos a um determinado nível, mas existem também elementos que poderão não pertencer a um determinado nível específico (escadas no exemplo) e por isso a atribuição não é feita a um nível ou piso, mas sim ao próprio edifício.
Por último importa ainda distinguir os elementos superficiais de elementos sólidos. Os elementos superficiais baseiam-se na modelação de faces que possibilita a criação de formas livres e objectos com formatos complexos que também podem ser usados nas ferramentas BIM para a construção de objectos geométricos com faces planas ou multifacetadas. Os elementos tridimensionais são criados pela definição dos limites fechados que compreendem um determinado volume. Esta técnica preocupa-se sobretudo com a representação geométrica e não tanto com as propriedades físicas do elemento, sendo este tipo de informações frequentemente denominados de “dummy data”. Os elementos sólidos são mais adequados para os modelos BIM pois permitem a indexação de informações aos objectos (smart objects). As duas técnicas de representação mais conhecidas usadas na modelação de elementos são a CSG e a BREP, a primeira faz a representação de sólidos a partir da extrusão de uma secção ou região numa dada direcção e a segunda faz a representação de um sólido através da conexão de vértices e arestas que representam os limites desse sólido.
Referências Bibliográficas
- ↑ 1,0 1,1 S. Pinho, “O Modelo IFC como agente de interoperabilidade: Aplicação ao domínio das estruturas,” Universidade do Porto - Faculdade de Engenharia, 2013.
- ↑ BuildingSMART. International home of openBIM. Available from http://www.buildingsmart.org/. ,2013