O Modelo IFC Como Agente de Interoperabilidade

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Tese de mestrado integrado de Sérgio Pinho, 2013

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Resumo

As crescentes exigências a nível da complexidade e qualidade dos projectos na construção, bem como da produtividade dos processos, sugerem uma necessidade em alterar a actual abordagem dada ao processo construtivo.

Os Building Information Models (BIM) ou modelos de informação apresentam-se como uma forma de integrar num modelo, grande parte da informação referente ao ciclo de vida de um edifício. Os resultados práticos da utilização dos BIM, tendo em conta o actual nível de utilização dado a estas tecnologias, passam pela automatização dos processos de medição, criação de vistas e identificação de erros e omissões no projecto. Em termos teóricos, as aplicações dos modelos de informação multiplicam-se.

A extensão da utilização dos BIM a todas as fases do processo construtivo é apontada como a melhor forma de retirar mais benefícios da utilização destas tecnologias. Para tal, utilizar um modelo completo que preencha os requisitos fundamentais para representação de toda a informação necessária associada às diferentes especialidades da construção, seria a opção ideal. Na prática, verifica-se que o desenvolvimento de um modelo deste tipo é, pelo menos para já, demasiado complicado devido não só ao tamanho e complexidade, mas também ao suporte e actualização. Assim, a solução passa por adoptar não um, mas uma série de modelos parciais, cada um focado na sua especialidade. Deste modo, para manter a integridade e a fluidez dos fluxos de informação, seria necessário trocar informação entre os diferentes sistemas, o que sugere um obstáculo, pelo facto de se verificar uma falta de normas e formatos para trocas de dados, resultando nos problemas de interoperabilidade.

O Industry Foundation Classes (IFC) representa uma das únicas excepções a nível de formatos universais para troca de dados, e baseia-se nos princípios dos modelos de representação de objectos da construção, em linha com os conceitos estruturais dos BIM. Actualmente, as iniciativas existentes tendo em vista a automatização dos processos de licenciamento de projectos apoiam-se sobretudo no modelo IFC como interface para troca de dados entre projectista e entidade licenciadora.

Neste trabalho, é feita uma avaliação da aplicabilidade do modelo IFC, como formato para troca de dados num processo de licenciamento automático, tendo em conta o regulamento nacional em vigor para as redes de distribuição predial de água, procurando assim perceber as dinâmicas de interacção entre um modelo universal, completo, mas genérico, e um regulamento cuja verificação de conformidade se baseia em parâmetros pensados para serem verificados manualmente, de forma a avaliar o grau de compatibilidade entre os dois modelos. Por outro lado, é proposto um modelo parcial para fazer a ligação entre o modelo IFC e uma aplicação de verificação automática da conformidade, segundo o Decreto Regulamentar nº 23/95, de 23 de Agosto.

Palavras Chave

Sector da construção, BIM, IFC, licenciamento automático, redes de distribuição predial de água.

Abstract

The rising quality and complexity demands in construction projects, as well as in productivity in processes, suggests a changing need in the current approach to the construction process.

The Building Information Model (BIM) appears as a way to add a big portion of the building life-cycle information to a construction model. Taking in account the current level of work given to these technologies, the practical results of BIM usage usually are in automation of measuring processes, renderings and IDing errors and omissions in projects. In theory, these applications multiply.

Extending BIM application to the full length of the construction process is often regarded as the best way to get more benefits from the usage of these technologies. To do so, the ideal option would be to use a complete model to meet all the fundamental requirements to address the representation of all the object-oriented parameters from the different construction domains. In practical terms, the size and complexity, as well as the support and update of the model, makes it, at least for the time being, too hard to develop and maintain. As such, using various domain focussed partial models seems to be the best way to approach this issue. Data exchange between different systems is a requirement to maintain the integrity and speed of both the work and information flow, but the lack of standard viable data exchange formats presents itself as an obstacle, as it results in interoperability problems.

Based on the same object oriented concepts as the general BIM, the Industry Foundation Classes (IFC) is perhaps one of the few exceptions to the lack of standard viable data exchange formats. Currently, the IFC model is used as a data exchange format for all the found automated code compliance initiatives.

In this study, it’s presented an evaluation about the IFC model applicability as a data exchange format, regarding the automated code checking of the national building water flow distribution network requirements, with the intent of measuring the compatibility degree and analysing the interaction dynamics between a complete but generic model and a manual check based regulation. Also, it’s developed and presented a partial model to establish the connection between the IFC model and a DR nº 23/95 requirement based automated code checking software.

Keywords

Construction sector, BIM, IFC, automated code-checking, building water flow distribution network