Gestão do Conhecimento

Da wiki WIQI GEQUALTEC
Revisão em 12h36min de 25 de outubro de 2012 por João Araújo (discussão | contribs) (LIGAÇÕES DE INTERESSE)
Ir para: navegação, pesquisa


RESUMO

A GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS EMPRESAS

Vivemos hoje numa sociedade que procura constantemente melhores produtos e serviços. O mercado não pára de evoluir. Tal facto resulta num ambiente de adaptação contínua às novas exigências no mundo empresarial. Desta forma, as empresas devem ser capazes de elevar sucessivamente os padrões de qualidade dos seus produtos e serviços, adaptando-se às mudanças de mentalidade à medida que as mesmas acontecerem. Aquelas que não o conseguiram falharam e aquelas que não conseguirem falharão. [1]

Neste contexto, existem dois factores essenciais e intimamente ligados mas que convém, antes de mais, distinguir: a informação e o conhecimento. Estes dois conceitos são muitas vezes utilizados como se fossem o mesmo e, por esse motivo, são facilmente confundidos. Para uma melhor definição dos mesmos, introduzir-se-á também um outro conceito: os dados. Os dados são vistos como simples observações do estado do mundo. Representam eventos ou registos estruturados de modo que possam ser tratados pelas pessoas. Por sua vez, a organização, classificação, comparação e armazenamento dos dados, dotando-os de relevância e propósito, transforma-os em informação. Ao serem atribuídos a essa informação um contexto, um significado e uma interpretação, a mesma torna-se assim conhecimento. Ao interpretar essa informação, alguém acrescenta a sua opinião pessoal e integra nesse momento várias fontes de informação. Em todos esses processos, existe um acontecimento comum: a intervenção humana. Quem transforma os dados em informação e a informação em conhecimento são as pessoas.[2]

Importa ainda, no que respeita ao conhecimento, fazer a distinção entre dois tipos de conhecimento: o conhecimento tácito e o conhecimento explícito. Pode classificar-se o conhecimento tácito como aquele que resulta do pensamento individual, estando por isso intimamente relacionado com a inteligência. Desta forma, entende-se como um conhecimento privado e pessoal. Por sua vez, o conhecimento explícito é escrito, falado, observado e formalizado podendo ser interpretado e integrado por outros, sendo por isso público e colectivo. Ambas as componentes se encontram presentes no quotidiano das actividades do sector da construção e, dada a crescente importância do capital humano das empresas, desempenham um importante papel nas vantagens competitivas dessas empresas. A componente tácita manifesta-se em actos de criação como, por exemplo, a concepção de projectos enquanto a componente explícita tem lugar na representação como, por exemplo, na produção de peças de projecto.[3]

A informação e o conhecimento são criações humanas e, no contexto económico actual, o conhecimento presente nas empresas e a gestão que as mesmas fazem dele adquire cada vez maior relevância no que respeita à competitividade empresarial.[4]

Quando os métodos tradicionais deixaram de conseguir suprir as necessidades do mercado, torna-se necessário utilizar novos recursos. É com este sentido que os sistemas de informação têm vindo ganhar cada vez maior importância, mais concretamente os sistemas de gestão do conhecimento das empresas, os quais representam ferramentas fundamentais para as empresas tirarem o maior partido do conhecimento gerado no decorrer da sua actividade, melhorando gradualmente o seu desempenho.[5]

Importa às empresas conseguir gerir eficientemente a informação que possuem, antecipando as mudanças, diminuindo as consequências negativas das mesmas e gerando conhecimento. O conhecimento é um recurso precioso pois permite solucionar problemas, aprender novas noções, desenvolver novas aptidões e implementar novas metodologias, hoje e amanhã.[6] É por saberem disto que a maioria das empresas já compreendeu que o capital intelectual dos seus funcionários e a sua competitividade são dois factores indissociáveis.[7]

A gestão do conhecimento empresarial é um tema amplamente discutido actualmente. Essa gestão tem como principal intuito dotar as empresas de instrumentos que lhes permitam criar conhecimento ou adquiri-lo, transformá-lo para formatos reutilizáveis, armazená-lo de forma que seja facilmente encontrado e reutilizá-lo.[8]

A maior preocupação das organizações foi, durante muito tempo, agilizar os seus processos de negócio, efectuando a sua automatização com o intuito de lhes facultar informação com celeridade à medida que os mesmos se vão desenrolando. Porém, actualmente é necessário chegar mais longe. Torna-se agora de extrema importância utilizar os resultados desses processos para criar, adquirir e gerar conhecimento. [9]

Deste modo, a Memória Organizacional tem um interesse substancial. A Memória Organizacional diz respeito ao modo como as empresas armazenam o conhecimento que geram ou adquirem para desenvolver as suas actividades actuais. A dependência entre o modo como essa informação é armazenada e a gestão do conhecimento é clara. Se, por um lado, a reutilização da informação armazenada pode ser mais fácil em organizações de dimensão reduzida, que integram um número reduzido de colaboradores; em organizações maiores, que possuem diversos repositórios de informação e podem não deter as ferramentas mais adequadas para consultar essa informação, já apresenta maiores contrariedades.[10]

A utilização de repositórios e livrarias digitais tem vindo a ser vista como um modo razoável de dar resposta à gestão da informação e conhecimento das empresas. Porém, esta solução tem encontrado algumas limitações, como, por exemplo, o facto de se revelar mais dispendiosa do que o esperado.[11]

Contudo, sucessivos avanços têm sido realizados neste sentido, surgindo constantemente novas ferramentas e procedimentos que conferem às empresas maior aptidão para efectuar a gestão do conhecimento no seu seio. Para que essa gestão do conhecimento nas empresas seja realizada eficientemente, o conceito de comunidade de prática tem particular interesse. Inicialmente introduzido por Etienne Wenger, o conceito de comunidade de prática diz respeito a um grupo de pessoas com interesses profissionais ou sociais semelhantes e que, mediante a partilha de conhecimento, trabalham em conjunto para solucionar problemas comuns ao grupo. Os membros destes grupos encontram-se ligados de forma informal pelo seu interesse mútuo na aprendizagem e na aplicação da mesma.[12] Estes grupos representam um espaço de partilha e interpretação de informação e, através da capacidade de guardar informação sem recurso a meios tecnológicos, aumentam as suas habilitações acrescentando novas competências às empresas. Têm ainda a grande vantagem de, ao contrário dos grupos de projecto, serem grupos não temporários, mantendo os conceitos com eles.[13]

A deficiente capacidade de partilha de conhecimento entre os elementos dos grupos de projecto ou entre os vários grupos de projectos é identificada actualmente como uma das principais lacunas na gestão das empresas. Embora existam inúmeros instrumentos para armazenamento da informação gerada em projectos, as ferramentas de procura empresarial existentes possuem ainda muitas limitações. A grande maioria do conhecimento das empresas encontra-se em formato não Web, o que levanta graves problemas quando algum elemento da empresa pretende recuperar informação gerada em projectos anteriores.[14]

As tecnologias da informação têm assim uma função relevante na gestão do conhecimento. As livrarias digitais, os weblogs, os sistemas de pesquisa, gravação de conversação de e-mails e reuniões, entre outros, têm aumentado as oportunidades de ser feita uma adequada gestão do conhecimento.[15]

ANEXOS

LIGAÇÕES DE INTERESSE

Ferramentas Colaborativas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

<references>

  1. Hackbarth, G., & Glover, V. - The knowledge repository: organizational memory information systems. Information Systems Management. Vol. 16. n.º 3 (1999). p. 21-30
  2. Davenport, T. H., & Pruscak, L. - Working Knowledge. Harvard: Harvard Business School Press, 1998. - Technologies for Knowledge Management
  3. Poças Martins, João Pedro da Silva - Modelação do Fluxo de Informação no Processo de Construção - Aplicação ao Licenciamento Automático de Projectos. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2009
  4. Hinds, P.J., & Pfeffer, J. - Why organizations don’t “know what they know”: cognitive and motivational factors affecting the transfer of expertise. MIT Press, 2003
  5. Hackbarth, G., & Glover, V. - The knowledge repository: organizational memory information systems. Information Systems Management. Vol. 16. n.º 3 (1999). p. 21-30
  6. Liao, S. H. - knowledge Management Technologies and Applications - Literature review from 1995 to 2002. Tamkang University, 2003
  7. Liebowitz, J. - Knowledge Management Handbook. CRC Press, 1999
  8. Grudin, J. - Enterprise Knowledge Management and Emerging Technologies. 2006
  9. Grudin, J. - Enterprise Knowledge Management and Emerging Technologies. 2006
  10. Nevo, D, & Wand, Y. - Organizational memory information systems: a transactive memory approach. Decision Support Systems - Special issue: Collaborative work and knowledge management. Vol. 39. n.º 4 (2005)
  11. Grudin, J. - Enterprise Knowledge Management and Emerging Technologies. 2006
  12. José Claudio C. Terra, D. - Comunidades de Prática: conceitos, resultados e métodos de gestão. Biblioteca TerraForum Consultores, 2003
  13. Wenger, E. - Communities of Practice: Learning as a Social System 1998
  14. Hawking, D. - Challenges in enterprise search. Dunedin, New Zealand: 2004
  15. Grudin, J. - Enterprise Knowledge Management and Emerging Technologies. 2006