IPD

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Revisão em 23h25min de 26 de setembro de 2012 por David Correia Ribeiro (discussão | contribs)
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O Integrated Project Delivery (IPD), ou no português Projeto Integrado, designa um novo tipo de metodologia de entrega de projetos. A sua principal marca de reconhecimento reside na sua grande interoperabilidade e colaboração entre os vários intervenientes, desde do início do projeto até à entrega do mesmo [1]. Esse conceito visa aproveitar a sabedoria e o conhecimento de todos os participantes, no intuito de otimizar e acrescentar valor ao projeto.

Visão da interoperabilidade

Nota: os conteúdos aqui presentes fazem parte de relatórios e artigos desenvolvidos pela parte integrante da FEUP no projecto de investigação SIGABIM, devendo por isso, quando citados, incluir a devida referência [2].

Índice:

  • 1 Princípios
  • 2 Ferramentas
  • 3 Implementação

3.1 Tipos de IPD

3.2 Vantagens

3.3 Desafios

  • 4 Enquadramento legislativo

4.1 Criação de um IPD

4.2 Comparação entre fase? Visão da interoperabilidade




[2]

  • 5 Ligações Internas
  • 6 Bibliografia

Princípios

O projeto Integrado pode ser apresentado pelos seguintes conceitos




[3 ]:

  • Respeito mútuo, todos estão comprometidos a trabalhar como equipa no melhor interesse para o projeto;
  • Benefício comum, as compensações do projeto integrado são baseadas no valor e no risco tomados por cada interveniente;
  • Definição antecipada dos objetivos principais, os objetivos são definidos prematuramente pelos participantes;
  • Comunicação, as responsabilidades estão claramente definidas numa perspetiva de identificação e resolução de problemas e não na determinação do seu responsável;
  • Tecnologia apropriada, num projeto integrado o uso de tecnologias avançadas é muito aconselhado pelo bem da interoperabilidade global;
  • Liderança, a liderança deverá ser tomada pela pessoa mais capaz pelo trabalho existente;
  • Planeamento intensificado, o projeto integrado parte no pressuposto que um aumento de esforço no planeamento resulta num aumento de eficiência e redução de custos durante a construção;
  • Inovação colaborativa e tomadas de decisão, a inovação é estimulada quando as ideias são trocadas de forma livre entre todos os participantes.

O IPD combina uma elevada colaboração com o pensamento Lean, de modo a tentar resolver muitos dos problemas das construções contemporâneas, como a baixa produtividade, os desperdícios criados, os desvios dos prazos, os conflitos e as questões de qualidade.


Ferramentas

Os software de ajuda à construção civil estão a evoluir e já são capazes de gerir quantidades enormes de informação, nomeadamente as novas ferramentas BIM de Building Information Modeling, proporcionando capacidades significativas de gestão e análise. A metodologia IPD funciona sem a utilização das ferramentas BIM, porém são fortemente preconizadas de modo a obter uma utilização adequada do projeto integrado.

A característica introdução de informação e a aplicação de um modelo geral das ferramentas não é muito viável no meio fragmentado simbólico do processo tradicional construtivo, encontrando-se por outro lado perfeitamente enquadrado na interoperabilidade existente do projeto integrado. Por um lado BIM, como modelo digital, é a ferramenta mais eficaz no suporte ao projeto integrado




[4]. Por outro, o IPD produz o ambiente perfeito onde se pode aproveitar o máximo potencial das ferramentas BIM.

A utilização das ferramentas BIM no seio de um IPD também pode melhorar em muito o fluxo de informação durante o ciclo de vida da obra. Essa melhoria pode ser obtida principalmente por dois meios:

  • Os modelos BIM podem funcionar como único repositório para toda a informação;
  • O IPD pode assegurar que todos os intervenientes sejam continuamente em relacionamento para manter o fluxo de informação ininterrupto;

Implementação

Tipos de IPD

A implementação de uma metodologia IPD pode representar fortes melhorias no desempenho e na produtividade de uma obra. Contudo, pelos fluxos de trabalho muito divergentes daqueles existentes nas metodologias tradicionais, o projeto integrado requere grandes mudanças de mentalidades por parte dos intervenientes.

Uma metodologia de Projeto Integrado completo é representada pela soma de muitas características. Porém, de forma a uma passagem mais aprazível para uma utilização total da metodologia, existem níveis intermédios associados somente à aplicação de algumas das características do IPD




[5] .

Vantagens

As mudanças organizacionais na utilização de um IPD no processo construtivo apresentam potencialmente muitas vantagens relativas aos vários intervenientes, aos processos, à comunicações entre outros, enumeram-se as seguintes:

  1. Definição antecipada dos objetivos principais;
  2. Melhores escolhas devido a um processo de decisão claro;
  3. Rigor e cuidado na pormenorização;
  4. Maior eficiência;
  5. O conhecimento e a experiência individual são realçados para o bem coletivo;
  6. Maior entendimento entre os membros das equipas devido à maior integração;
  7. A gestão é previsível e controlada;
  8. A maior integração do cliente nos processos possibilita um maior conhecimento na base das suas opções;

Um aspeto importante reside na boa inserção do projeto integrado face ao tipo de tecido empresarial português, constituído maioritariamente por PME (Pequenas e Médias Empresas), devido às suas principais características, como a sua objetividade e criação de conhecimento.

Desafios

A metodologia convencional portuguesa existente, já apresenta muitos anos de funcionamento e não será fácil incitar as pessoas a mudar. A possível implementação de um projeto integrado requere mudanças drásticas em todo o processo construtivo de uma obra.

As relações obrigatórios entre os vários membros das equipas nem sempre são fáceis, cada interveniente procura aumentar a sua influência protegendo a sua atividade em detrimento dos seus parceiros. O processo requere algum tempo de adaptação e as reuniões periódicas são difíceis de organizar pelas agendas incompatíveis dos vários intervenientes.

As responsabilidades podem ser mais difíceis de avaliar devido ao número de participantes e as constantes trocas informacionais. A existência de novos protocolos para controlo de informação é assim necessária.

Enquadramento legislativo

Avaliação contratual da criação do IPD

A dificuldade de uma mudança para o projeto integrado reside na cultura de trabalho e a estrutura de contrato existentes, que não refletem a partilha dos riscos e dos benefícios.

No caso de obras privadas, como é óbvio, a escolha de qualquer tipo de metodologia é possível, por outro lado no caso de empreitadas de obras públicas existem dificuldades regulamentares existentes. Atualmente nas obras públicas, pelo Código dos Contratos Públicos, as fases de conceção e construção serão sempre separadas por duas fases de concurso mesmo tendo o empreiteiro a participar no projeto de execução.

Contudo, por critérios e exposição dos procedimentos pretendidos, uma metodologia semelhante ao IPD seria praticável. O governo também poderia, a título de investigação, realizar algumas obras para testar o projeto integrado, a partir do ajuste direto.

Comparação entre as fases do IPD e da metodologia tradicional portuguesa

Uma comparação entre as fases de um projeto integrado e as fases de uma metodologia tradicional portuguesa do tipo conceção-licitação-construção apresenta muitas diferenças. No IPD existe uma participação da maioria dos intervenientes, como os construtores, nos primórdios da conceção do projeto. Muitas tarefas são semelhantes nas duas metodologias porém a maioria das quais são aprimoradas e adiantadas no projeto integrado.

Esta ênfase na elaboração do projeto e passagem de muitas tarefas para fases anteriores traduzem-se no aperfeiçoamento da solução pretendida e numa potencial redução da fase de construção.

Ligações Internas

Ver também:

  • Metodologias Lean
  • BIM
  • Código dos Contratos Públicos

Bibliografia

1. Architects, The American Insitute of - Integrated Project Delivery: A guide. 2007.

2. Tardif, Dana K.Smith e Michael - Building Information Modeling. 2009.

3. Council, The American Institute of Architects California - Integrated Project Delivery –

A Working Definition. 2007.


4. Zhang, Yang; Guangbin, Wang - Cooperation between building information modeling and integrated project delivery method leads to paradigm shift of AEC industry. Piscataway, NJ, USA: IEEE, 2009.

5. NASFA, COAA, APPA, AGC AIA - Integrated Project Delivery: For Public and Private Owners. 2010.

Referências Bibliográficas

  1. Architects, The American Insitute of - Integrated Project Delivery: A guide. 2007.
  2. Projecto SIGABIM. Hipólito de Sousa, João Poças Martins, André Monteiro. Secção de Construções Civis, Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (2011).