Diferenças entre edições de "Interoperabilidade BIM"
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A interoperabilidade é um requisito obrigatório num fluxo de trabalho BIM para que seja possível partilhar o modelo com os colaboradores. Quanto maior forem as expectativas de automatização de processos e resultados, maiores serão os requisitos de interoperabilidade. | A interoperabilidade é um requisito obrigatório num fluxo de trabalho BIM para que seja possível partilhar o modelo com os colaboradores. Quanto maior forem as expectativas de automatização de processos e resultados, maiores serão os requisitos de interoperabilidade. | ||
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Revisão das 17h49min de 24 de março de 2011
Interoperabilidade define-se como a capacidade de dois ou mais sistemas trocarem dados entre si. O termo é frequentemente utilizado no contexto das tecnologias de informação, embora também possa ser aplicado a diferentes sistemas, nomeadamente levando em conta factores sociais, políticos e organizacionais.
Em termos de software, o termo interoperabilidade é utilizado para descrever a capacidade de diferentes programas trocarem informação entre si, através da utilização de formatos compatíveis entre si. A falta de interoperabilidade pode ficar a dever-se a à diferença nos formatos, diferença nos protocolos, diferenças nas rotinas e ainda diferença a nível de linguagem de programação.
Retrospectiva
A evolução tecnológica na indústria da construção tem-se vindo a acentuar de forma notória nas últimas quatro décadas. Um dos sintomas desta evolução na construção é a adopção de ferramentas CAD ("Computer Aided Design" - Desenho Assistido por Computador) para a representação dos seus produtos [1]. Por ser uma actividade abrangente e transversal, a construção inclui, durante o seu ciclo de vida, diversas especialidades. Deste modo, o recurso ao CAD estende-se à Arquitectura, às Engenharias e à Construção (AEC). Um processo tão extenso e ramificado pressupõe que haja um meio adequado para trocar informação, sob a pena de se corromper a integridade dos dados. A capacidade de trocar dados entre sistemas representa um dos factores que mais contribui para a falta de produtividade e para o não cumprimento dos planos de trabalhos e dos orçamentos, com os custos de interoperabilidade a poderem atingir valores superiores aos 15 biliões de dólares anuais de acordo com um estudo [2].
Perante estas grandes condicionantes, percebeu-se que seria necessário criar uma forma de garantir a correcta troca de dados entre sistemas, surgindo assim formatos "abertos" como o DXF, o SAT ou o IGES. Apesar de cumprirem o seu papel de transmissão de dados geométricos, verificou-se, ainda assim, que era algo frequente a perda ou a corrupção de dados o que levava à necessidade de ajustes manuais [3].
Por outro lado, a existência de vários formatos públicos não é necessariamente positiva para a interoperabilidade entre sistemas. Assim, a partir da Organização Internacional para a Standardização (ISO) surge uma iniciativa para a criação de um formato standard de interoperabilidade para produtos industriais, o ISO-STEP ("Standard for the Exchange of Product Model Data"). Incluindo vários domínios distintos, como a indústria automóvel, a indústria da construção e a indústria eléctrica entre outras, o desenvolvimento do formato foi perdendo fulgor à medida em que se percebia que a abrangência do âmbito era tal que os esforços de desenvolvimento não eram sustentáveis [4].
Apontados como a nova geração de ferramentas de modelação, os BIM surgem como uma solução para centralizar e integrar a informação do edifício num modelo virtual tridimensional. Representando uma significativa evolução em relação às ferramentas CAD, já não era suficiente transmitir apenas informação geométrica. Também era necessário incluir informação espacial , ligações paramétricas e atributos de propriedades ou performance, pelo que os formatos referidos já não eram suficientes.
Para colmatar esta lacuna, surgiram algumas iniciativas na indústria da construção para criar um standard para a representação e organização de produtos da construção, das quais se destacam como as mais importantes o CIS/2 ("CIMSteel Integration Standards") e o IFC ("Industry Foundation Classes"), ambas criadas com base no trabalho já desenvolvido no formato STEP [1]. O formato CIS/2 especializou-se mais em estruturas metálicas, deixando o IFC como o único formato verdadeiramente abrangente e representativo de todos os produtos da construção. Este título não oficial foi-se reforçando naturalmente com o tempo à medida que o modelo era desenvolvido e ganhava robustez. Actualmente já existem mesmo protocolos apoiados no modelo IFC, destacando-se o processo de licenciamento automático de projectos implementado em Singapura assente numa plataforma electrónica onde os projectos são submetidos em formato IFC [4].
Papel da interoperabilidade
A interoperabilidade é um requisito obrigatório num fluxo de trabalho BIM para que seja possível partilhar o modelo com os colaboradores. Quanto maior forem as expectativas de automatização de processos e resultados, maiores serão os requisitos de interoperabilidade.
Referências Bibliográficas
- ↑ 1,0 1,1 Lipman, R., M. Palmer, and S. Palacios, Assessment of conformance and interoperability testing methods used for construction industry product models. 2010, Automation in Construction.
- ↑ Gallaher, M.P.O.C., A. C.; Dettbarn, J. L., Jr.; Gilday, L. T. , Cost Analysis of Inadequate Interoperability in the U.S. Capital Facilities Industry. 2004, National Institute of Standards and Technology, U.S. Department of Commerce Technology Administration: Gaithersburg, Maryland, EUA.
- ↑ Jeong, Y.-S., et al., Part B - Data Interoperability Benchmark Test Between Architect and Precast Fabricator. Georgia Tech, 2007.
- ↑ 4,0 4,1 Monteiro, A., Avaliação da aplicabilidade do modelo IFC no licenciamento automático de projectos de redes de distribuição predial de água. Dissertação no âmbito do Mestrado Integrado em Engenharia Civil da Faculade de Engenharia da Universidade do Porto, 2010.