Diferenças entre edições de "Metodologias Lean"
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Revisão das 16h39min de 15 de julho de 2011
Lean encontra-se directamente associado ao conceito de magro, sem desperdício, sem excesso. A origem do termo Lean aplicado a um sistema produtivo remonta para o Japão, mais propriamente para a empresa automóvel Toyota Motor Company que, nos anos 50, decidiu implementar uma metodologia de produção em massa, com elevada rejeição do desperdício, que se adaptasse aos recursos de produção existentes, bem como ao grau de exigência do mercado. A esta metodologia foi dado o nome de Toyota Production System (TPS). O TPS, que mais tarde evoluiu para Lean Production, assenta em princípios de automação de processos e de ajustes “na hora certa” (“just in time”) das necessidades de produção, o que em linhas gerais significa que a produção é controlada pela necessidade. A produção é “puxada” em vez de “empurrada”. Deste modo, assegura-se que apenas se produz o que for necessário, quando for necessário, da forma mais adequada.
Os benefícios de um sistema produtivo desta natureza levaram outras indústrias a procurar aplicar estes princípios às suas próprias metodologias. Entre estas indústrias encontra-se a da construção, pelo que o termo Lean Construction surge efectivamente da adaptação das ideias Lean a este sector.
As actividades características do sector da construção, geralmente encerram um elevado grau de incerteza comparativamente com outros sectores, fruto da variabilidade das circunstâncias específicas a cada obra e da interdependência com um grande número de agentes. A variabilidade e a incerteza encontram-se entre as causas mais fortes para os planeamentos de recursos e tarefas mal concebidos. As consequências reflectem-se, pois, em quebras de performance a nível da concepção e aplicação dos projectos, e em distúrbios nos fluxos de trabalho, que em termos práticos se traduzem em perdas a nível de custos, duração e qualidade do produto. A incerteza e a singularidade de cada projecto e obra obrigam ainda a ser adoptada uma abordagem para a Lean Construction algo diferente da abordagem adoptada para a Lean Production.
Uma das ferramentas/metodologias mais conhecidas para aplicação da Lean Construction é o Last Planner System. Criado especificamente para abordar o sistema produtivo da construção, visa conceber um planeamento altamente flexível, com ajustes sucessivos consoante as tarefas vizinhas e os recursos disponíveis, de modo a manter um fluxo de trabalho contínuo e com desperdícios minimizados, sempre sujeito a controlos de produção apertados de modo a aumentar a previsibilidade dos processos.
Muitos tipos de projectos baseiam-se em blocos de actividades repetitivas. Exemplos incluem a construção em altura e as vias de comunicação. Em ambos os casos, existe um conjunto de actividades repetidas para várias áreas. Assim, na construção em altura poderá dividir-se a construção por pisos, e nas vias de comunicação por quilómetros, sendo que as unidades a construir estarão sempre dependentes das unidades antecessoras, por tipo de actividade. O Line of Balance (Linha de Balanço) define-se como uma técnica gráfica de planeamento e controlo de actividades repetitivas da construção, com o intuito de obter uma visão mais simples da sua execução, com vista ao aumento de produtividade e qualidade dos processos de trabalho.
A técnica do Line of Balance serviu de base para a fundamentação dos princípios do Sistema de Gestão e Planeamento por Localizações.