Diferenças entre edições de "Linha de Balanço"

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'''Nota''': os conteúdos aqui presentes fazem parte de relatórios e artigos desenvolvidos pela parte integrante da FEUP no projecto de investigação [[SIGABIM]], devendo por isso, quando citados, incluir a devida referência <ref name ="SIGABIM">Hipólito de Sousa, João Poças Martins, André Monteiro, Projecto SIGABIM, Secção de Construções Civis, Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (2011).</ref>.
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'''Nota''': os conteúdos aqui presentes fazem parte de relatórios e artigos desenvolvidos pela parte integrante da FEUP no projecto de investigação [[SIGABIM]], devendo por isso, quando citados, incluir a devida referência <ref name ="SIGABIM">Projecto SIGABIM. Hipólito de Sousa, João Poças Martins, André Monteiro. Secção de Construções Civis, Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (2011).</ref>.
  
 
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Revisão das 16h01min de 21 de julho de 2011

Parâmetros da Linha de Balanço.

A Linha de Balanço ("Line of Balance" - LOB) é um método de representação gráfica da disposição temporal das actividades de um dado sistema produtivo desagregado em diferentes localizações.

Na construção, a Linha de Balanço é particularmente eficaz para aplicar a actividades repetitivas, como seja a construção em altura, dividindo o projecto pelos diferentes pisos, ou a construção de vias, dividindo o projecto por quilómetros ou outra unidade semelhante.

A Linha de Balanço representa uma dada actividade em função da localização e do tempo. A inclinação da actividade representa o ritmo de produção ou produtividade. Deste modo, é potenciada a visualização do fluxo produtivo de uma forma mais intuitiva e aproximada à realidade.

A disposição do ritmo de produção das actividades torna a Linha de Balanço especialmente eficaz na optimização dos planeamentos de obra. O controlo da obra também é facilitado na medida em que facilmente se consegue projectar de que modo os atrasos irão influenciar as restantes actividades e quais as consequências de alterar os ritmos de trabalho ou a duração das actividades.


Nota: os conteúdos aqui presentes fazem parte de relatórios e artigos desenvolvidos pela parte integrante da FEUP no projecto de investigação SIGABIM, devendo por isso, quando citados, incluir a devida referência [1].

Retrospectiva

A Linha de Balanço é uma técnica bastante antiga. Os primeiros registos encontrados da aplicação desta técnica remontam para o inicio dos anos 30 durante a construção do Empire State Building em Nova Iorque, EUA. O planeamento das actividades seguiu uma filosofia de produção em linha de montagem contínua e alinhada. O piso era a unidade de controlo. As quantidades nos locais eram monitorizadas diariamente e as equipas de trabalho verificadas três vezes por dia para assegurar que se encontravam no local certo, o que revela bem a ênfase dada ao controlo da produção. O sistema funcionou de tal maneira que um edifício desta envergadura, com 102 andares, levou apenas 18 meses a ser concluído. Apesar das devidas diferenças a nível de segurança e na assemblagem da estrutura metálica, ainda hoje é difícil atingir níveis de performance tão elevados.

Desde os anos 40 que têm surgido várias variantes da Linha de Balanço, incluindo [2]: Flowline, Construction Planning Technique, Vertical Production Method, Time-Location Matrix Model, Time-Space Scheduling Method, Disturbance Scheduling, Velocity Diagrams, Linear Scheduling Method, Repetitive Project Model e Horizontal and Vertical Scheduling Logic for Multi-Story Projects.

A formalização conceptual da técnica foi realizada mais tarde, nos anos 40, no âmbito da aplicação à indústria naval americana, onde o objectivo era obter um meio de avaliar o ritmo do fluxo das linhas de produção em massa.

Na construção, são poucos os registos da aplicação da Linha de Balanço e suas variantes, com diversos autores [2] [3] [4] [5] a apontarem a resistência à mudança e à adopção de novas tecnologias na indústria da construção, assim como a falta de software de aplicação do método, como os principais motivos.

Princípios e funcionalidades

Informação retirada após inspecção visual.
Identificação de deficiências de planeamento através da Linha de Balanço [2].
Optimização de um planeamento em Linha de Balanço [2].

Com uma Linha de Balanço, o utilizador tem rapidamente acesso a uma série de informações:

  • Actividades programadas para determinada data ou localização;
  • Intervalos temporais ou espaciais entre actividades;
  • Ritmo de produção;
  • Comparação visual entre os ritmos de produção das várias actividades;
  • Descontinuidades nas actividades;
  • Dependências entre as actividades;
  • Alarmes e avisos - datas limite que convêm não ultrapassar dispostas no gráfico sob a forma de pontos;
  • Comparação entre as actividades conforme planeado, conforme verificado e conforme previsto.

A interpretação da Linha de Balanço permite identificar uma série de deficiências no planeamento [2]:

  1. Mesma actividade a ocorrer em diferentes localizações;
  2. Diferentes actividades a decorrer ao mesmo tempo na mesma localização;
  3. Actividades diferentes com prazo de finalização na mesma data e na mesma localização;
  4. Diferentes actividades a começar ao mesmo tempo na mesma localização;
  5. Localizações com elevados períodos de tempo sem qualquer actividade a decorrer;
  6. Localizações com elevados períodos de tempo sem qualquer actividade a decorrer.

A Linha de Balanço possibilita uma optimização simples e eficaz do planeamento. Existem sobretudo dois princípios a seguir na minimização dos desvios numa Linha de Balanço. Estimular a continuidade das tarefas, ou seja, não ter a mesma actividade a decorrer em diferentes localizações ao mesmo tempo, e sincronizar os ritmos de produção para as várias tarefas, isto é, obter o máximo número de linhas paralelas. Um diagrama optimizado em Linha de Balanço caracteriza-se pela continuidade das tarefas, pelo ritmo de produção constante, pelos períodos temporais e espaciais adicionais para compensar eventuais atrasos, pelas folgas no início e fim das tarefas e pela divisão equitativa dos trabalhos no tempo.

Matriz de controlo de produção a partir de uma Linha de Balanço.

Os dados da Linha de Balanço podem ser dispostos numa matriz onde se assinalam as alterações com um código de cores. Esta abordagem favorece o controlo de projecto na medida em que simplifica a visualização do ponto da situação.

A Linha de Balanço pode ser integrada como a quarta dimensão de um modelo BIM. O 4D BIM é um suplemento valioso à Linha de Balanço na medida em que permite ao utilizador perceber a configuração espacial do edifício para as actividades a planear. O desenvolvimento de um fluxo de trabalho sustentável com base num 4D BIM deve, contudo, obedecer a alguns critérios, sobretudo a nível da modelação que deverá ser orientada desde logo para o processo de planeamento, isto é, a forma de organizar a informação a nível de identificação, designação e numeração dos elementos e dos layers, deverá ser compatível com a desagregação do modelo com vista à aplicação da Linha de Balanço.

A Linha de Balanço é, de um modo geral, é um bom mecanismo para planear como realizar uma tarefa, no entanto, não mostra se estão ou não reunidas as condições para dada tarefa poder ser iniciada. Assim, é necessário aplicar a Linha de Balanço no contexto de um programa abrangente de planeamento e controlo da produção, e não como um método isolado [2]. Nos últimos estudos realizados nesta área procura-se encontrar a melhor forma de integrar a Linha de Balanço com a abordagem mais social e generalista do Last Planner System, uma filosofia de planeamento da produção, desenvolvida para a construção, a partir dos conceitos aplicados nas indústrias de produção em massa. O método tem como objectivo a minimização do desperdício de recursos, sejam humanos ou materiais, através do aumento da flexibilidade dos planeamentos e de um controlo mais apertado e direccionado para a criação de condições para o inicio das tarefas sucessoras.


Ligações internas

Ver também:

Bibliografia

  1. Projecto SIGABIM. Hipólito de Sousa, João Poças Martins, André Monteiro. Secção de Construções Civis, Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (2011).
  2. 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 R. Jongeling, T. Olofsson, A method for planning of work-flow by combined use of location-based scheduling and 4D CAD, Automation in Construction 16 (2) (2007) 189-198.
  3. A. Mahalingam, R. Kashyap, C. Mahajan, An evaluation of the applicability of 4D CAD on construction projects, Automation in Construction 19 (2) (2010) 148-159.
  4. O. Seppänen, Empirical research on the success of production control in building construction projects, Department of Structural Engineering and Building Technology, Helsinki University of Technology, Faculty of Engineering and Architecture, 2009.
  5. T. Saker, The Line of Balance Scheduling Technique, The American University in Cairo The Professional Program in Project Management (2010).