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Legenda: Mariana e João, estudantes de Engenharia e Gestão Industrial da FEUP.

Vêem na Engenharia uma vocação e querem fazer a diferença nas empresas por onde passarem. Mariana Gonçalves e João Cunha são estudantes da Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e têm um percurso com muitos pontos e vivências em comum. Numa conversa com eles, pudemos conhecer melhor o seu percurso, saber o que os motiva e quais as suas ambições académicas e profissionais.

Um “secundário” repleto de experiências

Desde cedo, o Colégio Luso-Francês, no Porto, foi o espaço onde firmaram os passos do seu percurso académico. Ambos amantes de desporto, João foi atleta federado de Polo Aquático e Mariana atleta federada de Ginástica Acrobática. Na mesma turma durante os três anos de ensino secundário, do Colégio recordam o ambiente familiar, a proximidade com os professores e o gosto pelas disciplinas de Matemática e Geometria Descritiva. Mas muitas foram as experiências que viveram até optarem por seguir Engenharia.

Do tempo de alunos do ensino secundário, João e Mariana destacam um projeto em que estiveram envolvidos e que os marcou a nível académico e pessoal. Com o nome “E-Drone: Assessing Cargo Ship Exhaust Emissions Using Low-Cost Multicopter Unmanned Aerial Vehicles”, este projeto, orientado pela Professora Rita Rocha e constituído por 4 alunos, teve como objetivo adaptar um drone comercial para a monitorização de partículas em suspensão na atmosfera, emitidas por navios de cruzeiro em zonas portuárias.

Desenvolvido em colaboração com a FEUP e outras entidades, este foi um projeto que lhes valeu uma ida à final do “Prémio Atlântico Júnior”, um concurso promovido pela FLAD (Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento) e pela Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.

“O projeto marcou a nossa passagem pelo secundário. Só o facto de irmos concorrer num concurso internacional, contactar com outras pessoas de diferentes contextos socio-culturais, foi muito marcante”, aponta João. “No Colégio há sempre uma disciplina de MIP [Metodologias de Investigação em Projeto] e nós ouvíamos de vez em quando notícias de alunos que ganhavam concursos com os projetos. Inicialmente, não sabíamos o que íamos fazer, mas depois a professora Rita Rocha encaminhou-nos”, complementa Mariana.

Uma vez definido o tema do projeto, seguiu-se um conjunto de desafios. Um deles foi a procura de colaborações externas que os ajudasse a desenvolver o trabalho. E é aqui que entra a FEUP, com o apoio do professor António Paulo Moreira, do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores. “O nosso Colégio era muito perto da FEUP, mas nunca cá tínhamos vindo. Quando entrámos, achamos a faculdade enorme, com edifícios gigantes”, conta Mariana. “Aqui, a nossa experiência foi mais relacionada com o desenvolvimento do conceito estrutural do drone, nomeadamente na reflexão sobre como é que lhe iríamos acoplar o sistema de aquisição do ar”, refere João.

Legenda: Equipa do Colégio Luso-Francês que desenvolveu o projeto do “E-Drone”, da qual João e Mariana fizeram parte [Fonte: Colégio Luso-Francês].

Mas mais do que um projeto, para os dois estudantes da FEUP tratou-se de uma experiência importante para a sua formação. “O facto de termos vindo mais cedo para a faculdade falar com professores universitários, procurar informações em relatórios e projetos já realizados anteriormente para nos inspirarmos para o nosso trabalho, foi muito importante para nós”, adianta João. “Tudo isso e ainda a possibilidade de apresentarmos o projeto num concurso nacional e internacional, acabou por nos ajudar a desenvolver competências pessoais e académicas que agora vemos que são úteis para a faculdade”, complementa Mariana.

A Engenharia e o futuro

O gosto pelas Engenharias surgiu já durante o ensino secundário, ainda que em diferentes momentos para Mariana e João. “Acho que no 11º já estava mais inclinada para as Engenharias. Sempre gostei muito de Matemática e sabia que o caminho seria mais por aí”, afirma Mariana. “Eu penso que o que me ajudou a escolher Engenharia foi a disciplina de Geometria Descritiva. E também um pouco por exclusão de partes, entre o que eu gostava e o que não gostava”, remata João.

Mas porquê Engenharia e Gestão Industrial? “Foi uma questão de analisar. Nesta procura, as feiras de oferta formativa das faculdades no Colégio foram muito importantes. Aí vimos em que consistiam os cursos e eu gostei mais deste. Principalmente pela conciliação entre as áreas da Economia, Gestão e Engenharia”, avança João. “Para mim, foi uma experiência idêntica. Este foi o curso que mais me atraiu”, complementa Mariana.

Já na FEUP, a realidade mudou e houve necessidade de lidar com novos desafios que passaram a entrar na gestão do dia-a-dia. “Estivemos no Colégio durante muitos anos e estávamos habituados àquele sítio. Depois, quando viemos para aqui, houve um primeiro impacto, a que nos fomos habituando e que nos permitiu desenvolver mais autonomia e entreajuda entre colegas”, afirma a estudante. “No Colégio, vivíamos num ambiente mais pequeno em que conhecíamos toda a gente. Aqui é tudo maior. Mas os métodos de acolhimento da FEUP são muito bons e ajudaram-nos bastante. Destaco a Mentoria da UP – quer a nível das cadeiras – porque pessoas de anos mais avançados nos ajudaram a gerir a situação -, quer a nível social”, destaca o ex-atleta de Polo Aquático.

Para quem está ainda a escolher o curso a seguir, Mariana deixa um conselho: “Penso que não devem atribuir muita pressão à escolha do curso. É importante estar atento às disciplinas, para perceber exatamente aquelas de que se gosta. Depois, a exclusão de partes é sempre a primeira etapa, porque é mais prático começar por aí. O próximo passo é tentar explorar as faculdades nos dias abertos, que é muito importante e ajuda bastante a decidir o que escolher”.

No futuro, as ambições dos estudantes da FEUP estão bem definidas. “Gostava de estar numa empresa e tentar fazer com que os seus processos produtivos sejam mais eficientes, organizando-os da melhor forma, utilizando os conhecimentos da área da Gestão e da Engenharia”, perspetiva João, ao que Mariana acrescenta, em jeito de conclusão: “eu tenho exatamente o mesmo objetivo”.