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Imagem: Francisco Santos e Francisca Nunes, ALUMNI FEUP.

É uma das mais emblemáticas iniciativas da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) no que toca à Captação. Designada “Semana Profissão:Engenharia”, destina-se sobretudo aos alunos do Ensino Secundário, que durante 3 dias têm a oportunidade de conhecer de perto a multidisciplinaridade da área da Engenharia. Ao longo de 18 anos, muitos foram os alunos que escolheram a FEUP depois de terem passado pela SPE. Francisca Nunes e Francisco Santos são dois bons exemplos e partilharam um pouco do que foi esta experiência em 2018.

Francisco, alumnus de Engenharia Eletrotécnica e Computadores, soube da SPE através da mãe. Quando conheceu a iniciativa, frequentava a Escola Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim (Porto). Tratou da sua inscrição e fê-lo por 2 vezes: uma no 11º ano e outra no 12º ano. “No 10º ano estava muito indeciso, não sabia o que escolher. Nos anos seguintes, esta confusão inicial foi ficando mais clara”, conta.

No caso de Francisca Nunes, que concluiu o curso de Engenharia Metalúrgica e de Materiais no ano passado, foi na Escola Secundária Garcia de Orta, no Porto, que teve conhecimento da SPE. “A minha escola organizava, durante uma ou duas semanas, uma iniciativa com testemunhos de antigos estudantes de várias faculdades, e eu lembro-me que foi lá um rapaz de Engenharia e Gestão Industrial que nos falou da SPE”, recorda.

“Tenho duas fortes lembranças associadas à SPE. Uma delas quando fomos conhecer os laboratórios e tivemos oportunidade de assistir a uma demonstração de Realidade Virtual”, comenta Francisco. “A outra lembrança é a de uma conversa que tive com o Professor José Carlos Alves. “Lembro-me perfeitamente que a conversa que tive com ele teve impacto em mim”, acrescenta. 

Francisca recorda-se da visita ao Departamento de Engenharia Mecânica e das atividades criadas pelo departamento. Mas o que mais me impressionou foi a visita geral à faculdade. “Lembro-me que o que mais me marcou foi a dimensão da FEUP. Nunca tinha visto nada assim, deste tamanho. Pensar que uma só faculdade era aquilo tudo, na altura, isso marcou-me”, conta. “Recordo-me também de andar a passear pelo campus e de haver pessoas completamente diferentes, da minha e de outras idades. Essa diversidade impactou-me. Lembro-me até que foi uma coisa que depois comentei com os meus pais”, recorda.

Da escolha do curso à entrada na FEUP

Depois do 10º ano, Francisco decidiu que queria seguir Engenharia Eletrotécnica e Computadores. Quanto à escolha da faculdade, não teve grandes dúvidas. “Eu sempre ouvi falar da FEUP. Os meus pais estudaram na Universidade do Porto e aconselharam-me a escolher esta faculdade se quisesse seguir Engenharia”, partilha. “Mais tarde, quando descobri o curso de Eletrotécnica, percebi que era exatamente aquilo que eu queria. A SPE ajudou-me a consolidar a minha escolha”, atesta sem hesitar. 

Para Francisca, o processo de decisão do curso a escolher envolveu diferentes momentos. Inicialmente, a sua intenção era seguir Engenharia e Gestão Industrial. Seguiu-se um momento em que ponderou sobre Engenharia Mecânica, mas foi por Engenharia Metalúrgica e de Materiais que acabou por enveredar. “Andei a ver as Engenharias de que gostava. Nesse processo, Engenharia de Materiais suscitou o meu interesse e candidatei-me”, conta.

Imagem: Francisco Santos e a namorada Margarida, após a defesa e a conclusão do mestrado.

Em 2019, Francisco e Francisca ingressam na FEUP. Analisando o seu percurso em perspetiva, o ALUMNI de Eletrotécnica partilha a sua perceção do tempo de estudante. “Tenho bastantes memórias. Especialmente do período da tese, que foi uma altura em que trabalhamos mais autonomamente e havia muito convívio com os colegas que estavam no laboratório.”, lembra. “Gostei muito de estudar cá”, acrescenta. 

Quando ingressou na faculdade, Francisca ainda não estava certa se continuaria em Engenharia Metalúrgica e de Materiais ou se mudaria de curso. Contudo, o avançar do tempo dissipou qualquer dúvida que pudesse restar. “No primeiro ano ainda estava meio indecisa se queria mudar para Mecânica. Curiosamente, nesse ano tivemos imensas visitas de estudo e uma delas foi a uma fundição. Eu lembro-me que estava nessa fundição e quando acabou a visita ter dito: ‘é isto o que eu quero fazer e é neste curso que eu quero ficar’”, recorda. 

 O mercado de trabalho e o futuro

Tanto Francisca como Francisco recordam o último ano do curso com bastante entusiasmo. Nesse ano, a estudante de Engenharia de Materiais fez mobilidade em Itália, ao abrigo do programa ERASMUS. Esteve na Universidade de Trento, onde desenvolveu investigação para a dissertação de mestrado. Mas essa não foi a sua única experiência no estrangeiro. 

Também ao abrigo do programa ERASMUS, em 2021, esteve na Universidade Jönköping, na Suécia. Estas foram duas experiências que considera terem sido  importantes para refletir sobre o seu futuro profissional. “O facto de ter feito Erasmus antes e depois da dissertação, fez com que, depois do meu percurso na FEUP e de ver o mundo lá fora, decidisse trabalhar numa empresa ligada à engenharia – idealmente, uma multinacional”, partilha.

Imagem: Registo de uma visita de Francisca e os colegas à ilha Visingsö, ao largo da cidade de Gränna (Suécia), onde esteve em ERASMUS.

Imagem: Registo de uma visita de Francisca e os colegas à ilha Visingsö, ao largo da cidade de Gränna (Suécia), onde esteve em ERASMUS (em cima). Visita de Francisca aos Fiordes noruegueses, durante o período em ERASMUS (em baixo).

Para Francisco, o último ano do curso foi igualmente impactante. Na altura, integrou o Laboratório de Microeletrónica da FEUP e desenvolveu o seu projeto de mestrado em parceria com a Bosch. O objetivo foi construir uma componente de um veículo de condução autónoma. “Eu fui responsável por desenvolver uma parte do chip que é depois utilizado nesses carros. Gostei muito da experiência”, comenta.

Atualmente, Francisca é Project Manager Officer, na MIGSO-PCUBED. “Sempre tive o gostinho da gestão, daí inicialmente querer Engenharia e Gestão Industrial. Tendo isso em conta, via-me a fazer alguma coisa mais relacionada com gestão de equipas ou em projetos de gestão de fábricas”, avança. “Agora, acabo por estar numa função que conjuga os dois elementos de que gosto: uma parte em engenharia e outra na gestão e planeamento de projetos”, complementa.

No caso de Francisco, de momento, está a trabalhar como Engenheiro Eletrotécnico na EFACEC, mas o futuro poderá passar por algo mais. “Fazer o doutoramento é ainda uma possibilidade. Isto porque gostei muito do projeto de investigação que desenvolvi no mestrado, ao qual gostaria de dar continuidade”, conclui.