SISTEMA DE ENSINO
A Faculdade de Engenharia pertence à Universidade do Porto, que integra a categoria de instituição de ensino universitário público.
O ensino superior em Portugal consiste num sistema binário compreendendo o ensino universitário e o ensino politécnico, sendo que atualmente existem quase 400 mil estudantes distribuídos por 35 instituições de ensino superior público e 94 instituições de ensino superior privado. O ensino universitário proporciona a formação académica necessária para o desenvolvimento de atividades profissionais e incentiva a pesquisa e análise crítica, enquanto o ensino politécnico fornece formação técnica para desenvolver capacidades práticas. Ambos podem ser ministrados em instituições públicas ou privadas.
Portugal entre os melhores sistemas de ensino do mundo
Portugal tem o 25º melhor sistema de ensino superior no mundo, de acordo com o U21 Rankings of National Higher Education Systems 2019, desenvolvido pela “Universitas 21”, uma rede de referência que agrega universidades orientadas para a investigação de diversos países. Já no ranking ajustado ao PIB de cada país, Portugal detém o 12º lugar, o que vem demonstrar o alto investimento do país na área da educação superior.
O U21 Ranking é especialmente relevante face aos rankings habituais já que é o único que compara sistemas de ensino superior e não instituições de ensino superior. Desta forma é possível evidenciar a qualidade da rede institucional e não apenas os seus casos localizados de excelência.
Educação de nível europeu
Portugal é um dos países aderentes ao Processo de Bolonha, que tem como objetivo a harmonização do sistema europeu de ensino superior para facilitar a mobilidade e a integração profissional de estudantes e pesquisadores europeus e tornar esse espaço acessível e atraente em escala mundial. Além de criar níveis comuns de estudos e de facilitar correlativamente o reconhecimento de diplomas, o novo sistema europeu de ensino permite uma dimensão plenamente europeia à mobilidade, criando cursos e diplomas integrados, ou seja, comuns a vários Estados membros. O Processo de Bolonha vem, assim, reestruturar a forma como está organizado o ensino superior português e essa reestruturação apoia-se, fundamentalmente, em três aspetos:
1) Adoção do modelo de organização do ensino superior em três ciclos, cada um deles correspondente à atribuição de um grau:
Licenciatura (1.º Ciclo), grau de licenciado – tem uma duração normal de seis a oito semestres e confere entre 180-240 créditos ECTS. Este nível de estudos fornece aos estudantes conhecimentos de base nas áreas científicas do curso e competências instrumentais e sistémicas importantes para a sua empregabilidade imediata ou para o prosseguimento de estudos de nível superior, nomeadamente de mestrado (2.º ciclo).
Mestrado (2.º Ciclo), grau de mestre – tem uma duração normal compreendida entre três e quatro semestres curriculares de trabalho dos alunos (90 a 120 créditos ECTS) e requer a frequência de unidades curriculares, a elaboração e defesa pública de uma tese original, ou a realização de um estágio ou de um projeto e a elaboração e defesa dos respetivos relatórios, no caso dos mestrados profissionalizantes ou que são orientados para o mercado de trabalho; em ambos os casos, os estudantes são acompanhados por um orientador doutorado.
Mestrado Integrado (Ciclo de Estudos Integrado – 1.º e 2.º Ciclos), graus de licenciado e de mestre – a maioria dos cursos de Engenharia na FEUP têm uma estrutura composta por dois níveis integrados (1.º ciclo e 2.º ciclo): o primeiro nível (seis semestres, grau de licenciado) não permite a aquisição das competências profissionais necessárias, mas confere aos estudantes conhecimentos e formação de base na área científica em questão, bem como a possibilidade de continuarem os seus estudos numa outra instituição de ensino superior nacional ou internacional; o segundo nível (quatro a seis semestres) caracteriza-se por uma formação especializada que qualifica os estudantes para o exercício da profissão. O ciclo integrado compreende um conjunto de unidades curriculares, a redação e a defesa de uma tese ou de um relatório de projeto ou de estágio no final do curso. Após a conclusão deste ciclo de estudos integrado (mestrado integrado), com uma duração normal de dez ou doze semestres, conferindo entre 300-360 créditos ECTS, os estudantes recebem o grau de mestre e são considerados profissionalmente qualificados para o exercício da profissão.
Doutoramento (3.º Ciclo), grau de doutor – tem uma duração compreendida entre 6 e 8 semestres, a que correspondem respetivamente 180 e 240 créditos ECTS. Este ciclo de estudos integra a elaboração de uma tese original e especialmente elaborada para este fim, adequada à natureza do ramo de conhecimento ou da especialidade, assim como a eventual realização de unidades curriculares dirigidas à formação para a investigação, cujo conjunto se denomina curso de doutoramento. O grau de Doutor será conferido aos que tenham obtido aprovação no ato público de defesa da tese.
2) Transição de um sistema de ensino baseado na transmissão de conhecimentos para um sistema baseado no desenvolvimento de competências pelos próprios alunos;
3) Organização dos cursos com base no sistema europeu de transferência e acumulação de créditos ECTS (European Credits Transfer System). Os créditos ECTS exprimem a quantidade de trabalho que cada módulo exige relativamente ao volume global de trabalho necessário para concluir com êxito um ano de estudos no estabelecimento, ou seja: aulas teóricas, trabalhos práticos, seminários, estágios, investigações ou inquéritos no terreno, trabalho pessoal — na biblioteca ou em casa — bem como exames ou outras formas de avaliação. Assim, o ECTS baseia-se no volume global de trabalho do estudante e não se limita apenas às horas de aulas (contacto direto).
O sistema ECTS é baseado no princípio que 60 créditos medem a carga de trabalho em tempo integral ao longo de um ano académico para um estudante típico; normalmente, 30 créditos correspondem a um semestre e 20 a um trimestre, correspondendo 1 crédito a cerca de 30 horas de trabalho. A carga de trabalho de um programa de estudo integral na Europa atinge na maior parte dos casos 1500-1800 horas anuais por ano letivo e nesses casos um crédito equivale a 25-30 horas de trabalho.
As instituições decidem como subdividir os créditos entre as diferentes disciplinas. Os projetos e disciplinas opcionais também recebem os correspondentes créditos, sempre que sejam parte integral do curso. Os seminários opcionais não recebem créditos, embora possam incluir-se no certificado final de notas.